7 motivos para visitar a Puglia, Itália
Nem sempre a região da Puglia entra no radar do turista que visita a Itália, principalmente pela primeira vez. O itinerário clássico Roma-Veneza-Florença toma muito tempo e fica difícil encaixar paradas extras. Mas…se você tem um pouquinho mais de tempo ou vai visitar o Bel Paese pela segunda vez, continue lendo porque hoje vamos debulhar os motivos para visitar a Puglia.
Antes de tudo, lembro que na Puglia (ou Apúlia em português) não há monumentos famosos, tipo Coliseu ou a Galleria degli Uffizi. O lindo da Puglia é meio subjetivo, tem a ver com paisagens maravilhosas, cidades branquinhas debruçadas nas colinas e aquele ritmo lento que dá vontade de sentar num café, bebericar e jogar papo fora.
Acho que já deu pra entender que a Puglia não combina com roteirão 10-cidades-em-5-dias, principalmente se você quiser curtir o maravilhoso litoral pugliese. A melhor pedida é uma viagem de carro ou passeios bate-e-volta de um dia escolhendo bases estratégicas como Lecce ou Bari.
O bate-e-volta ideal é entre cidades que ficam a 50-80 km. Fica a dica.

A prainha da Abbazia di San Vito, perto de Bari
Por que visitar a Puglia?
1. Tem Alberobello, Ostuni e Lecce
São as três divas mais badaladas da Puglia que não podem faltar em roteiro que se preze, até porque ficam relativamente perto umas da outras. A dobradinha irretocável é Alberobello e Ostuni, distantes apenas 30 km.
Alberobello, a cidade dos trulli, quase dispensa apresentação. Conhecida graças às fileiras de casas branquinhas com os tetos cônicos de pedra. E Ostuni, a cidade branca no cume da colina, então, é o ícone perfeito da Puglia.
As duas cidades são muito turísticas, é claro. Na alta estação, para curtir o passeio precisa chegar cedo. Melhor ainda seria programar a visita na primavera ou no início do outono.
Alberobello e Ostuni podem ser visitadas no mesmo dia, sem stress, e acho que não vale a pena o pernoite, principalmente por causa dos preços. Nos arredores há várias cidades adoráveis (e mais baratas) com boas opções de hospedagem.
Já em Lecce, a Florença do Sul, precisa programar dois dias para visitar os maravilhosos monumentos barrocos da cidade e curtir a movimentada vida noturna. Lecce também é uma ótima base para conhecer as cidades e as praias da península salentina, ou seja o “salto da bota”.
Leia mais | Lecce, a Florença do Sul da Itália

Os lindos “trulli” de Alberobello

Ostuni, a cidade branca
2. Mas tem também Polignano, Monopoli e Cisternino…
As reticências são obrigatórias porque a lista de lugares charmosos na Puglia é infinita. Faltaram Trani, Vieste, Gallipoli e Otranto, por exemplo, entre as cidades pequenas. E Bari e Martina Franca entre as maiores.
São cidades menos famosas do que Alberobello e Ostuni mas lindas de viver. Vale a pena um pit-stop ou até mais.
Enfim, tem muito o que visitar na Puglia. Ou seja, como escrevi no começo, fica difícil montar um roteiro de 3 ou 4 dias, a não ser que seja para conhecer uma área relativamente pequena, como Polignano-Monopoli-Cisternino-Bari. Ou ainda Lecce-Otranto-Leuca-Gallipoli.
Mas não esqueça que a Puglia, como a Toscana, não combina com pressa. O gostoso é alugar um carro e passear sem correria, parando para comer as delícias pugliesi nos restaurantes típicos.
Leia mais | Cisternino, um passeio fora do radar

O charme das ruas antigas de Monopoli
3. E praias paradisíacas
O bom da costa da Puglia é que não dá só praia. Pertinho das melhores praias geralmente há vários passeios imperdíveis que podem ser feitos à tarde, depois do relax praiano.
Na minha opinião, esse detalhe é fundamental para um turista que quer combinar lazer com cultura.
A região tem quilômetros e quilômetros de costa com praias para todos os gostos. As praias de areia ficam principalmente na Costa do Salento, com baricentro na badalada Punta Prosciutto (evite agosto porque a praia é pequena). Tem areia também na Marina di Pescoluse, conhecida como Maldivas da Itália. Nos arredores de Bari, Polignano e Monopoli, o litoral é rochoso.
Mas as opções são muitas e muitas. Tente combinar o tipo de praia que você mais gosta com as cidades que mais gostaria de conhecer. Com exceção da alta estação (meados de julho e agosto), qualquer bate-e-volta é super viável.

As águas cristalinas da Puglia (em Monopoli)
4. É segura
A falta de segurança no Sul da Itália é uma questão importante para muitos turistas, não somente brasileiros. Não vou negar que em algumas cidades grandes como Palermo ou Nápoles tem que tomar cuidado com a delinquência miúda que vive nas estações de trens, nos monumentos e nas feiras de rua.
Mas a Puglia é outra coisa. Com exceção das cidades maiores como Brindisi ou Taranto, a segurança não é um problema. Já visitei a região mais de uma vez e nunca tive medo de passear à noite nas ruas do centro das cidades.
5. Gastronomia e vinhos top
Coloquei a gastronomia no quinto lugar mas, na minha opinião, é um dos principais motivos para visitar a Puglia… kkkk. A culinária é uma das melhores da Itália. Boas massas, bons pratos de carne e peixe, boas verduras. Bom tudo.
Para beliscar antes da refeição, a Puglia inventou os taralli, salgadinhos irresistíveis servidos assim que você senta à mesa. Depois começa o desfile gastronômico kkkk.
A massa mais famosa é orecchiette con cime di rapa, uma massa com forma de conchinha temperada um molho de folhas e flores de um tipo de nabo local. Pra comer de joelhos. Existe também a versão menos conhecida com molho de carne de cavalo. Fica com você.
Muito apreciados também são os pratos com legumes (feijão, lentilhas, favas) ou as massas com mexilhões (cavatelli con le cozze).
Quem aprecia vinhos vai adorar o tinto “Primitivo di Manduria”, suntuoso e encorpado, ótimo com a bombetta pugliese (enroladinho de carne) e assados em geral.
Se for escrever sobre os queijos, não acabo mais. Só pra citar os mais famosos, indico o caciocavallo, a mozzarella da cidade Gioia del Colle, a burrata, o cacioricotta…Tudo acompanhado pelo delicioso pane pugliese.
Até o fast-food versão pugliese é gostoso. Por sinal é o único fast que combina com o destino. Não deixe de experimentar, por exemplo, o famoso panzerotto, a versão mignon do calzone, recheado principalmente com mozzarella e tomate. É uma ótima opção de lanche para quem está com pressa.
E pra acabar, os doces. Os melhores são os pasticciotti de Lecce (bolinho crocante por fora e recheado com creme) ou ainda as tortas com ricota e os bolinhos de amêndoas.

Os famosos salgadinhos “taralli” e os queijos da Puglia
6. A simpatia dos pugliesi
Sempre prontos a ajudar a encontrar uma rua ou um monumento. Param e perguntam se está precisando de algo. Sem golpes e pegadinhas. Ajuda autêntica mesmo, não precisa ter medo.
7. É barata
A Puglia é relativamente barata na baixa e na meia estação. Agosto é proibitivo para quem quer ficar muitos dias, principalmente nas praias. Difícil encontrar hospedagem confortável por menos de 100 euros por dia, sem café da manhã.
Além da hotelaria tradicional, na Puglia tem uma ampla oferta de hospedagem alternativa como agriturismo, hoteizinhos de charme e bed&breakfast em masserie (antigas fazendas típicas, muitas vezes com produção local de azeite ou vinho) e apartamentos Airbnb.
Na meia estação sempre encontrei opções super charmosas, perto do centro, por preços razoáveis (quarto duplo a 60 euros por dia com café da manhã.
A comida também é barata (e farta). Em uma trattoria típica, sem muitos requintes, um jantar polpudo com (bom) vinho da casa custa em média 20 euros por pessoa. Pratos de pescados são mais caros (mas nada comparável com os preços de outras cidades turísticas italianas).
Então, gostou? Se você já visitou a Puglia, deixe sua opinião nos comentários.
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Olá Adelaide! Adorei suas dicas! Eu e minha família chegaremos na Puglia 9 de Agosto! Você recomenda fazer algum passeio de barco pela região? estaremos hospedados em Bari, Matera,Monopoli e Lecce!
Abraços!
Olá Andressa,
que legal que as dicas foram úteis!
O passeio de barco na costa de Polignano para visitar as grutas é muito famoso. Pode ser uma boa opção.
Outro passeio interessante é o que sai de Otranto, a sul de Lecce. Esse eu não cheguei a fazer.
Boas férias!
Oi, Adelaide
Que post lindo e sensível. Já tinha vontade de conhecer a região mas não sabia por onde começar. Na Europa sempre escolhemos o trem mas fiquei com vontade de pensar em carro. Quando for ver a viagem lerei todos os posts e qualquer dúvida falo com você. Beijocas
Quais os conselhos especiais para quem vai a Puglia no inverno? Neva? faz muito frio? Dá para guiar bem nas estradas, sem neve?
Olá Célia,
o sul da Itália, incluindo a Puglia, é mais quente do que o norte. Os meses mais frios são dezembro, janeiro e primeira quinzena de fevereiro.
Geralmente a temperatura média durante o dia na região é de 9-10 graus. É uma temperatura que não impede nenhum passeio.
Tem ano que faz mais frio, e pode até nevar. No caso de neve, não é difícil dirigir nas rodovias principais (autostrada), mas nas estradas secundárias pode ser mais complicado.
Importante é verificar a previsão do tempo antes de programar viagem de carro e, se nevar, ter um plano B já organizado (por exemplo, visitar um museu, ou o centro da cidade, etc).
Traga agasalhos e sapatos quentes, caso precise (ou compre na Itália mesmo, porque é beeemmm mais barato do que no Brasil).
Bom planejamento!
Que lindo! Nós adoramos nossa viagem pela Itália, mas não descemos até Puglia, precisamos voltar. Que praias lindas!
Olá Edson,
na próxima vez não perca o sul da Itália, principalmente a Puglia!
Que maravilha de dica! É o tipo de cidade que me chama mais atenção do que as grandes e badaladas. :) Adorei conhecer através do Turista imPerfeito.
A região Puglia é linda. Tem cidades para todos os gostos :)
Nossa! Quantos cantinhos lindos!
Realmente eu ainda não tinha lido nenhum relato específico sobre esta região, e, assim como o Rui, o fato de ser pouco conhecida e menos turística, me dá ainda mais vontade de conhecer!
Abraços
Se tiver a oportunidade, não perca!
Quando fui para a Itália quis ir para a Puglia, conferir essas construções que por sinal são um charme, mas o tempo estava curto e tirei do roteiro…. Da próxima colocarei.
Belo post
Diego, que pena! Na próxima vez não deixe de visitar Alberobello!
Bom, vejo que a região é mesmo uma tentação… Não tão explorada turisticamente, o que me agrada muito.
Olá Rui,
sim, a região merece uma visita, principalmente na meia estação quando as cidades ficam pacatas e mais baratas.
Abs