Londres: Southbank e o passeio da rainha
Difícil classificar Londres somente com um adjetivo: romântica, moderna, majestosa… Londres é uma cidade em camadas ou melhor uma colcha de patchwork. Cada bairro é um retalho com características especiais como Notting Hill e os sobradinhos coloridos, a vida noturna de Soho, a austeridade moderna da City. Tudo alinhavado pelo Tâmisa, a artéria que alimenta a cidade.
Na margem sul do rio, entre a Ponte de Westminster e a London Bridge, fica Southbank. O resumo de tudo, quase uma resenha de Londres, da sua estória e dos seus contrastes.
Passeando pela orla de Southbank, conhecida como “Queen’s Walk”, tive a impressão de ficar debruçada num alpendre, vendo a cidade passar. Southbank oferece um ponto de vista importante porque mostra as mil caras da cidade, bonitas e horrendas, as fachadas de vidro e concreto, os tijolos aparentes, as cúpulas, o rio, os centros comerciais, os teatros…E também as soluções arquitetônicas que dividiram a opinião pública, não somente londrina, mas que deixaram um marco. Um exemplo: a arquitetura brutalista que deixou heranças pesadas em Southbank e Lambeth.

Southbank é uma vitrine da história da arquitetura das últimas décadas
A história do Southbank
Bairro meio menosprezado pelos londrinos que moram ao norte do Tâmisa e pelos turistas em geral, até poucos anos atrás.
Durante muitos séculos foi simplesmente um mangue abandonado e uma aldeia de pescadores. Por ficar fora da jurisdição da City, virou a Las Vegas da Idade Média, meio ilegal, onde eram permitidas “certas” peças teatrais (proibidas em Londres) e a prostituição. Ali moraram Dickens e Shakespeare. Enfim, um centro de entretenimento…Característica que o bairro manteve até hoje.
Em meados de 1700, o bairro ganhou as primeiras obras de urbanização. Depois chegaram as fábricas, os operários. Mas com o fechamento das indústrias “urbanas” o bairro foi novamente esquecido. Foi bastante danificado durante os bombardeios da 2a. Guerra.
Desabrochou somente em 1951 quando foi realizado o Festival of Britain e com a construção do Southbank Centre.
Depois dos anos 70, o bairro não parou mais de crescer. Uma renascença cultural do século XX. Em 1976 foi construído o National Theatre e, em 1999, o famoso cinema BFI IMAX e logo em seguida a London Eye. Chegaram os turistas em busca de um lugar tranquilo e sem carros, de atrações culturais, ou simplesmente para um jantar romântico na orla.
Roteiro Queen’s Walk, o passeio da rainha
Um roteiro em Southbank é obrigatório mesmo para quem visita Londres pela primeira vez. Quem não pode ir durante o dia, pode ir à noite, para conferir a melhor vista dos monumentos de Londres, desde o Big Ben até a Catedral de St. Paul. Um cartão postal.
Para conhecer Southbank sem entrar nas ruas laterais nada melhor do que seguir a Queen’s Walk, a orla para pedestres do Tâmisa que fica entre a Lambeth Bridge e a Tower Bridge. A sua construção começou em 1977, como parte do Jubilee Walkway, para comemorar o 25° aniversário da coroação de Elizabeth II. Foi ampliada em 1990 e, depois da inauguração de London Eye, virou uma das principais atrações de Londres.
O roteiro dura 2h, sem pressa, com paradas para fotografias…kkk. O passeio começa na Ponte de Westminster e vai até a London Bridge, mas pode ser esticado até a Tower Bridge. Clique na figura abaixo para acessar o roteiro diretamente com “Google My Maps”. Tudo bem explicadinho.

Marco do circuito Jubilee Walkway
Ponte de Westminster – Ponte de Waterloo
A primeira parte do passeio fica entre a Ponte de Westminster e a Ponte de Waterloo. Desça na parada Westminster (Linhas Circle, Jublee e District), atravesse a ponte, vire à esquerda na escadaria e entre no calçadão. As principais atrações são:
- Ponte de Westminster: aqui foi construída a ponte mais antiga da cidade, excluindo a primeira ponte romana onde hoje fica a London Bridge. A ponte original foi substituída pela versão atual, inaugurada em 1862. Liga os distritos de Westminster e Lambeth.
- County Hall: antiga sede do Conselho do Condado de Londres e do Conselho da Grande Londres, abolido em 1986 pela Lady de Ferro. Fica na frente do Palácio de Westminster (Parlamento). Dentro ficam o Aquário, o London Dungeon, hotel, museus e restaurantes.
- London Eye: a roda-gigante panorâmica foi inaugurada em 2000. Tem 32 cabines e una volta completa dura 30 minutos. Fica ao lado do Jubilee Gardens, ideal para relax com crianças.
- Golden Jubilee Footbridges: duas pontes para pedestres, paralelas à Ponte Hungerford, que leva até a estação de Charing Cross.
- Southbank Centre: é o maior centro cultural e artístico da Europa. Exemplo de arquitetura brutalista, é formado por vários teatros, biblioteca e espaços culturais como o Royal Festival Hall, Queen Elizabeth Hall, a galeria Hayward. Embaixo do centro cultural, entre grafites coloridos, fica uma famosa pista de skate .
- Ponte de Waterloo: construída pela primeira vez em 1817 e reconstruída durante a guerra entre 1942-1945 utilizando principalmente mulheres no canteiro de obras. Conhecida como “the ladies’ bridge”.

A Ponte de Westminster e o Big Ben

County Hall e London Eye em Southbank

Londres é assim…pista de skate embaixo do Southbank Centre
Ponte de Waterloo – Ponte Blackfriars
A seconda parte do roteiro fica entre as ponte de Waterloo e Blackfriars, no meio de galerias, museus e cinemas.
- British Film Institute (BFI) Southbank: parada obrigatória para os amantes de filmes clássicos.
- BFI IMAX: “cineminha” IMAX super moderno, todo de vidro, com tela de 20 metros de altura e 26 metros de comprimento!! Pasmem… como um prédio de cinco andares.
- National Theatre: o mais importante teatro inglês, inaugurado em 1976. Obra-prima brutalista do arquiteto Sir Denys Lasdun.
- Oxo Tower: no início do século XX a torre fazia parte de uma usina elétrica. Nos anos 20 foi comprada pela fábrica Liebig e virou um depósito para os dados de carne Oxo. Atualmente é um shopping center com várias lojas de design, bistrôs, etc.
No oitavo andar fica um restaurante muito conhecido por causa da vista da cidade. - Blackfriars Bridge: duas pontes como o mesmo nome. A ponte ferroviária foi construída na era do vapor em 1886 e, desde 2014, é a maior ponte à energia solar do mundo com 4.400 painéis na cobertura.

Relax embaixo da Blackfriars Bridge

Painéis solares na cobertura da ponte Blackfriars

A arquitetura brutalista do National Theatre em Southbank
Blackfriars Bridge – London Bridge
Last but not least…Neste trecho ficam alguns dos símbolos mais famosos de Londres. E para acabar bem o passeio, não pode faltar o um lanche no Borough Market. Clique aqui para conferir aqui no blog todas as informações sobre o melhor mercado gastronômico da cidade.
- Tate Modern: antiga usina elétrica, reformada e transformada em uma das melhores exposições de arte moderna e contemporânea da cidade. Entrada gratuita.
- Shakespeare’s Globe Theatre: reconstrução do teatro original de Shakespeare, construído em 1599 e incendiado em 1613. O teatro, inaugurado em 1997, fica bem perto do antigo e pode ser visitado. É a céu aberto, como o original.
- Ponte do Milênio (Millennium Bridge): uma “fita” de aço suspensa que cruza o Tâmisa, inaugurada em 2000 para comemorar o novo milênio. Colocada exatamente na frente da catedral de St. Paul.
- London Bridge: aqui jaz a primeira ponte de Londres construída pelos Romanos. Liga a City ao bairro de Southwark.

Reconstrução do antigo teatro de Shakespeare…louvável mas…cópia é cópia…

Tate Modern, icônica e gratuita

Millennium Bridge, sinal dos tempos, barroco numa ponta e arquitetura industrial na outra

Bem embaixo da moderna London Bridge
Informações úteis
- Site oficial do Aquário de Londres | https://www2.visitsealife.com/london/
- Site oficial de London Eye | https://www.londoneye.com/
- Site oficial do Southbank Centre | http://www.southbankcentre.co.uk/
- Site oficial do BFI IMax | http://www.bfi.org.uk/bfi-imax
- Site oficial da Tate Modern | http://www.tate.org.uk/visit/tate-modern
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