5 motivos para visitar South Pigalle em Paris


Paris é uma uma cidade infinita, sempre em metamorfose. Volte lá 100 vezes e vai encontrar 100 novidades e lugares que você nunca tinha percebido ou que mudaram completamente. Um exemplo é South Pigalle. Visitar South Pigalle hoje em dia é surpreendente principalmente para quem conhecia a antiga feição boêmia e “pecaminosa” do bairro.

Está havendo uma reviravolta: o reduto dos cabarés e teatros de revista do início do séc. 20 e dos peep shows dos anos 70 é em contínua transformação. Os adeptos que corram porque a perdição é em via de extinção e hoje o bairro pulula de gente normal e bistrôs trendy.

A atração não é mais o Moulin Rouge apesar das filas de turistas que ainda teimam em ver o cancan que já não escandaliza mais ninguém. A verdadeira atração de Pigalle, ou melhor, de South Pigalle, é a metamorfose urbana.

Depois de ter visto o basicão, mesmo que seja a sua primeira vez em Paris, dê uma escapadinha da Torre Eiffel para visitar South Pigalle e entender o que está acontecendo na Ville Lumière.

Rue des Martyrs

Lojinhas green na Rue des Martyrs


A metamorfose

South Pigalle, ou So-Pi como é conhecido, fica no 9° arrondissement, na parte sul de Pigalle. Ou seja, perto de Montmartre, a ex colina dos artistas, e do Boulevard Clichy, a ex rua dos antros, perto da aposentadoria.  Em Pigalle, tudo é ex, nada é como antes.

A visita requer um pequeno desvio porque mesmo ficando perto também da Catedral de Sacre Coeur, o bairro fica fora dos roteirões parisienses porque desprovido de atrações turísticas estilo cartão-postal, com exceção, é claro, do Moulin Rouge na Place Blanche.

Para entender a evolução da espécie, vale a pena flanar pela Avenue Frochot onde moraram Renoir e Victor Hugo.

Na antiga rua da perdição e nos arredores, a transgressão moderna é comprar verdura orgânica. Os antigos sex shops viraram love stores, onde comprar lingerie bem mais sexualmente correta.

A depravação que encantava Toulouse-Lautrec e Manet é só uma fotografia desbotada. Os letreiros luminosos sumiram e as fachadas brancas e bem comportadas da Rue Chaptal ou da Rue Duperré provam que o tempo passou mesmo. Duvida? Na Rue Duperré, só para citar um exemplo, fica o belíssimo e exclusivo cocktail bar Le Carmen, onde Bizet compôs a famosa ópera Carmen.

South Pigalle é outra “vítima” da gentrificação e do aburguesamento de bairros outrora populares ou “problemáticos”? Sim, de certa forma é assim. Mas por outro lado a gentrificação pode ser vista como uma melhoria, uma revitalização ou uma segunda chance. No caso de Pigalle, talvez seja uma melhoria provavelmente necessária, considerando que Chopin, Josephine Baker e Edith Piaf não frequentam mais o bairro.

O perigo é o exagero, o aumento absurdo dos aluguéis e a transformação do bairro em redutos ultra-chiques, quase quase como estava acontecendo no Le Marais. Mas South Pigalle ainda não está assim.

South Pigalle

South Pigalle agora é assim…


A vibe

Pouco turística, uma mistura bem calibrada de hipster e dandy com ares de intelectuais e politicamente corretos. Fachada? Os mais críticos dirão que South Pigalle é uma imitação de certos bairros londrinos ou nova-iorquinos, come Soho e Tribeca.

Claro, a gentrificacão atraiu os famosos “BoBo” os burgueses boêmios, ou melhor, alternativos (e talvez até meio “bobos”). Você vai vê-los fazendo compras éticas nas delicatessen de Rue des Martyrs ou jogando papo fora durante o brunch dos domingos.

Além dos BoBo perambulantes, o bairro está cravejado de lojinhas, boutiques estilo made in France, bistrôs e lanchonetes green.

A pergunta que paira no ar é: cadê Pigalle? Completamente fagocitada pelo nova lifestyle parisiense.

visitar South Pigalle

Vibe de domingão na hora do brunch


A gastronomia

O bairro tem 1001 opções de comes e bebes. O coração gastronômico de South Pigalle fica na Rue des Martyrs e seus charmosos bistrôs, pastelarias e padarias gourmet para satisfazer qualquer tipo de paladar.

Leia mais sobre a Rue des Martyrs aqui no blog >> As melhores ruas gastronômicas de Paris

Outra referência gastronômica é a Rue Notre-Dame-de-Lorette, onde fica Causses, um mercadinho green & gourmet. Tem até feirinha orgânica na sexta à tarde na Place d’Anvers (que não cheguei a visitar).

A vida noturna

Os famosos bares frequentados pelos soldados americanos no fim da guerra já eram. Em menos de 20 anos, fecharam mais de 80 bares. Vinte ainda sobrevivem heroicamente, mas aposto que até esses têm os dias contados.

Por isso mesmo, So-Pi pode ser o lugar certo para os saudosos que procuram um bar alternativo para um revival anos 40 ou um aperitivo no fim da tarde.

Para quem gosta de opções mais trendy, tem o Lulu White e o Dirty Dick, que apesar do nome libertino, é uma ótima referência para cocktails em estilo Polinésia. Ambos na Rue Frochot e relativamente caros.

visitar South Pigalle

A Rue des Martyrs é o epicentro das compras em South Pigalle


As atrações culturais

Se nenhum dos motivos até agora convenceu você a visitar South Pigalle, tem a desculpa cultural. O tema do bairro não poderia ser diferente. Ou seja, o amor nas suas várias formas.

Começando com o Museu da Vida Romântica (Museé de la Vie Romantique) instalado na antiga residência do artista holandês Ary Scheffer na Rue Chaptal 16. O museu abriga obras, objetos e documentos que pertenceram aos famosos frequentadores do belíssimo hôtel particulier como George Sand, Chopin, Delacroix, Dickens, Liszt e Rossini.

Informações úteis sobre South Pigalle

Como chegar | Metrô 2 ou 12, paradas Pigalle, Saint-Georges ou Notre-Dame-de-Lorette

Site oficial | Museé de la Vie Romantique

Não consegui entender se o Museé de l’Erotisme fechou definitivamente ou está funcionando em outra sede.


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