Dubrovnik: a pérola do Adriático
Pense numa cidade com mil vidas…chama-se Dubrovnik. A “pérola do Adriático”, como Lord Byron chamava esta antiga cidadezinha cercada por muralhas e fortes, fica na Croácia, perto da fronteira com a Bósnia e o Montenegro.
Visitar Dubrovnik significa conhecer um pouco da complicada história do Mar Mediterrâneo, de ontem e de hoje. Conquistas, guerras, comércio. Um destino, entre os mais famosos e românticos da Europa, que “deve” ser incluído em um roteiro nos Balcãs e “pode” ser incluído numa esticadinha saindo da costa italiana.
Duas palavrinhas sobre a história de Dubrovnik
Dubrovnik (ou Ragusa, o nome oficial até o fim do século XIX) foi fundada pelos antigos gregos (assim dizem), mas foi povoada inicialmente pelos Romanos. A cidade foi símbolo de prosperidade durante séculos, atingindo o seu apogeu nos séculos XV e XVI, chegando a rivalizar com Veneza.
Por muito tempo ficou sob o domínio do Império Bizantino, embora fosse quase uma cidade-estado, uma característica que sempre manteve durante as dominações estrangeiras, até mesmo durante o período do Império Austro-húngaro.
Uma palavra – Libertas – escrita na antiga bandeira da cidade resume muito bem a alma livre e independente da população local.
No início de 1200 passou sob o domínio de Veneza, e assim ficou até 1358. Em 1416 foi o primeiro estado europeu a abolir a escravidão.
O declínio começou com o descoberta das Américas, que diminuiu a importância comercial do Mediterrâneo, e com a dominação otomana, no século XVI. O golpe fatal chegou com os terremotos de 1520 e 1667. Em seguida foi parcialmente reconstruída em estilo barroco que ainda hoje pode ser visto nos principais monumentos.
E não acabou aqui a história de Dubrovnik: ainda teve Napoleão, a adesão à Áustria em 1815 até o fim da Primeira Guerra Mundial, quando entrou no Reino da Iugoslávia, e a adesão à Itália durante a Segunda Guerra Mundial. No fim da Segunda Guerra, juntamente com as outras repúblicas balcãs, a Croácia entrou na República Socialista Federativa da Jugoslávia.
A complexa pluralidade étnica, religiosa e linguística do país começa a ser ameaçada depois da morte de Tito. No início da década de 1990, começaram os graves conflitos que levaram ao desmembramento da República .
Dubrovnik não foi poupada, infelizmente. Em outubro de 1991 foi bombardeada pelo exército da Jugoslávia, que tentava impedir a independência da Croácia, e por muito tempo ficou isolada, sem água e luz. Mas a antiga cidade-estado conseguiu sobreviver mais uma vez. Desde 2013 a Croácia faz parte da Comunidade Européia.
O antigo lema em latim Non bene pro toto libertas venditur auro – A liberdade não se vende nem por todo o ouro do mundo – colocado na entrada da Fortaleza Lovrijenac, lembra aos visitantes a história de Dubrovnik.

Panorama da cidade de Dubrovnik e suas muralhas
O gostoso em Dubrovnik é passear sem meta
Quem lê o blog sabe que existem cidades especiais, as minhas preferidas, onde não precisa correr para conhecer mil atrações. Uma delas é Dubrovnik. Uma cidade pequena, aconchegante, que convida o visitante a deixar a pressa guardada no hotel.
O melhor é perambular entre as ruelas (que lembram Veneza) e pelo porto antigo, passear em cima da muralha e curtir o pôr do sol e o panorama que, diga-se de passagem, é maravilhooooso!
Em Dubrovnik, os fãs de Game of Thrones vão reconhecer todos os famosos cenários usados nas filmagens da série.
Apesar da guerra dos Balcãs, do cerco e do bombardeio da cidade, o centro histórico está muito bem conservado e não apresenta sinais visíveis da destruição, a não ser pelas cores diferentes dos telhados reconstruídos.
Desde 1979 a cidade velha é Patrimônio Mundial da UNESCO, merecidamente.

Ruazinha tranquila no centro de Dubrovnik, com fachadas em pedra
O que ver em Dubrovnik
O símbolo da cidade é a antiga muralha, construída aos poucos entre os séculos X e XVII, e fortalecida durante as invasões, como depois da Conquista de Constantinopla em 1453, para proteger a cidade contra os otomanos.
Completam o pacote: a arquitetura medieval, renascentista e barroca, o azul turquesa do mar Adriático, os cafés e os restaurantes ao ar livre.
A parte antiga é dividida pela Placa (ou Stradun), o calçadão em mármore para pedestre, onde ficam os principais monumentos e palacetes históricos, entre eles:
- Palácio dos Reitores: antiga residência do governo da república, construído em meados do século XV, em estilo gótico e renascentista com algumas decorações barrocas.
- Palácio Sponza: construído entre 1516 e 1522 em estilo gótico e renascentista. Fica em uma das extremidades da Placa.
- Igreja de São Brás (Crkva Sveti Vlaha): foi construída pelo arquiteto veneziano Gropelli no século XVIII em estilo barroco. Aqui ficam as relíquias de São Brás, o padroeiro de Dubrovnik.
- Catedral da Assunção da Virgem (Velika Gospa): em estilo barroco, foi construída após o terramoto de 1667, para substituir a catedral do século XII.
- Mosteiro Franciscano (Franjevacki Samostan): obra do século XIV, danificada pelo terramoto de 1667. A igreja do mosteiro é uma das mais bonitas da cidade.
- Muralhas (a pagamento): tem 2 km de comprimento, chegando até 25 m de altura. O sistema de defesa da cidade incluía também os fortes de Revelin, a leste, e o de Lovrijenac, a sudoeste.
- Fortes: construções muitas antigas colocadas em vários pontos da cidade velha (Minčeta, Bokar, Santo Ivan).
- Fortaleza Revelin: construída entre 1500 e 1538 para proteger o porto, a porta de Ploce e a ponte da cidade. Hoje em dia usada para espetáculos no verão.
- Fortaleza Lovrijenac: situada no lado de fora das muralhas, protegia as entradas ocidentais da cidade. Usada como palco para peças teatrais, principalmente Hamlet.
- Portas de Pile e de Ploce: entradas da cidade velha; ficam nas extremidades da Placa.
- Passeio de teleférico (a pagamento): o passeio até o Monte Srđ oferece uma vista maravilhosa da cidade e dos arredores. O passeio também pode ser feito de carro.
- Ilha de Lokrum: um passeio agradável durante o verão. Os barcos saem do porto da cidade velha e a viagem dura 15 minutos.
- Parque Nacional de Mljet: Mljet é uma ilha da Croácia; um ótimo lugar para passar o dia e visitar a parte noroeste da ilha onde fica um lago de água salgada e uma pequena ilha.
Perto da cidade velha tem uma pequena praia de águas cristalinas. Evite-a durante o verão porque fica lotada. Melhor alugar um carro e conhecer os arredores. O litoral da Croácia apesar de rochoso oferece prainhas super legais encravadas nos montes e mais de 1000 ilhas!

A Placa – ou Stradun – é a rua principal de Dubrovnik

Fachadas típicas no centro da cidade
Como chegar em Dubrovnik
De avião: em Dubrovnik tem aeroporto com conexão com a Itália ou com outro país europeu.
De ferry: saindo dos portos italianos, principalmente Bari, ou de Ancona, passando por Split.
O melhor período para visitar o litoral da Croácia é maio-junho-começo de julho e setembro. Durante o verão (julho e agosto) é uma meta de veraneio e muitos cruzeiros internacionais param em Dubrovnik. Traduzindo: fica quase impraticável passear nas ruas principais porque Dubrovnik é pequena.
Um bom roteiro deveria incluir não somente Dubrovnik mas também o litoral nas redondezas e algumas ilhotas. E porque não Zadar, Split ou Istria? Neste caso a melhor opção é alugar um carro (não é necessário em Dubrovnik).
Quem gosta de praia e águas cristalinas, que tal um mini cruzeiro com barco à vela para visitar as ilhotas da região? Eu sugiro uma esticadinha até Hvar, a ilha mais famosa e badalada da região. No blog Foco no Mundo tem um post somente sobre a Ilha de Hvar com várias dicas e informações.

Mini cruzeiros e passeios de barco: uma ótima opção de lazer para conhecer o litoral
Informações úteis
- Site oficial da cidade: http://experience.dubrovnik.hr/eng/#
- Página FB oficial com as últimas novidades: https://www.facebook.com/ExperienceDubrovnik/?ref=ts
- Aeroporto de Dubrovnik: http://www.airport-dubrovnik.hr/index.php/en/
Leia mais sobre os monumentos UNESCO na Europa
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