Île Saint-Louis: fuga do óbvio em Paris


Quem ama Paris como eu – e gosta de passar umas horas fora do radar – vai adorar a Île Saint-Louis, a irmã menor e menos famosa da Île de la Cité. Ficam uma ao lado da outra, se completam, apesar de serem muito diferentes: Saint-Louis é residencial, romântica e discreta, enquanto que a Île de la Cité é o coração histórico da cidade, repleta de importantes monumentos.

Sobre a Île Saint-Louis

A ilha Saint-Louis era praticamente desabitada até meados do século XVII. Foram o Rei Luís XIII e sua mãe Maria de Médici a terem a intuição de transformar em bairro nobre os terrenos alagados da ilha, até então usados como depósito madeireiro e para criação de bovinos.

A área foi urbanizada com tanto esmero que na época virou meta de parisienses endinheirados que procuravam um oásis de tranquilidade perto do centro da cidade. Até a Revolução Francesa acabar com a brincadeira… e obrigar a nobreza a fugir deixando para trás palacetes e fortuna.

Hoje a ilha abriga um pouco de tudo: boutiques, restaurantes românticos, hotéis de charme e até um pequeno teatro. Nada de famoso, na realidade, nem muito menos turístico.

Em Saint-Louis não tem nem metrô, vejam só. É como uma pequena cidade de interior com a vantagem de ficar bem perto do agito parisiense.

Os mais distraídos diriam que é um bairro sem atrativos mas… se você gosta daqueles ares românticos e melancônicos, típicos de Paris, e de jogar papo fora num bistrô frequentado por locais, a Île Saint-Louis é a sua praia!

Île Saint-Louis

O charme das lojinhas da Île Saint-Louis


Passeando na ilha Saint-Louis

A île Saint-Louis fica no IV Arrondissement, no centro da cidade. Cortada por seis pontes, três de cada lado, fica entre a Île de la Cité e Le Marais, outro bairro charmoso que merece uma visita.

A ilha é pequena e combina com um passeio despretensioso no fim da tarde, depois daquele roteirão massacrante que você planejou, ou com um jantarzinho romântico, longe dos restaurantes com “menu turístico” que ficam perto da catedral.

Entrando na ilha pela Pont Saint-Louis, você vai passar pelo Quais d’Orléans, com direito a uma belíssima vista da catedral. No verão aproveite para tomar um sorvete na sorveteria Berthillon, que fica no começo da Rue Saint-Louis-en-l’île, o coração do bairro.

Île Saint-Louis

Rue Île Saint-Louis


A rua é uma lindeza, ótima para bater pernas sem ter procurar por essa ou aquela atração turística. Imperdível mesmo é a rua com suas fachadas bem decoradas, mercadinhos, boulangeries, boutiques sem fama, galerias e um ou outro restaurante.

O fim da rua coincide com o fim da ilha…kkk. Mas antes de chegar lá, você vai passar na frente da singela igreja barroca Église Saint-Louis-en-l’Ile, construída em 1762.

Chegando no final, continue o passeio pela outra margem do Rio Sena. Na esquina com o Quai d’Anjou, fica o suntuoso Hôtel Lambert, construído em meados de 1600, onde a marquesa du Châtelet organizava encontros culturais com importantes personagens da época como Chopin, Delacroix e Balzac. E onde se encontrava com Voltaire, seu amante. Mais na frente fica o Hôtel de Lauzun, onde viveu o poeta Charles Baudelaire.

Logo em seguida fica a Pont Marie, uma das mais antigas da cidade, que leva até Le Marais. Mas não saia ainda da ilha: no fim do Quai de Bourbon, fica um dos lugares mais românticos e tranquilos do centro de Paris: a Place Louis Aragon. Ideal para sentar, relaxar e morrer de amores pela vista matadora do Rio Sena e das fachadas parisienses :)

Só então é o momento de voltar para a “Paris de verdade” que fica do outro lado da ponte, a poucos passos da praça, desse cantinho surreal.

Ou… continuar o passeio com as dicas do blog Let’s Fly Away  | Roteiro romântico em Paris

Guarde no Pinterest para ler depois

Île Saint Louis



0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.